DÉCIMO
SEXTO PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE D
26
DE AGOSTO DE 1837 A 11 DE ABRIL DE 1838
MANUEL RIBEIRO DA SILVA LISBOA
Nasceu na Bahia, em 1807. Formou-se na Faculdade de Direito
de Olinda em 1833. Em fevereiro de 1835 substituiu o norte-rio-grandense José
Joaquim Geminiano de Morais Navarro no Governo da Província de Sergipe. Foi
nomeado Presidente da província do Rio Grande do Norte por Carta Imperial
emitida em 10.03.1837, tomando posse a 26 de agosto do mesmo ano. Esse
personagem suscita polêmica. Tavares de Lyra, baseando-se no estudo A imprensa
periódica no Rio Grande do Norte, de Luís Fernandes Sobrinho, diz que ele,...
com brutais imposições, forçara partidários do Padre Francisco de Brito Guerra,
com quem rompera politicamente, a fechar o jornal "O Natalense",
temendo críticas aos seus atos. Outrossim, ainda na interpretação de Tavares de
Lyra, Manuel Ribeiro teria se revelado prepotente e libidinoso (1982, pp. 231-
232). Antônio Soares é mais explícito: O Dr. Ribeiro Lisboa era, segundo a
tradição, dado a aventuras amorosas. Atribui-se a consequência dessa conduta o
seu assassinato (1989, p. 54). Câmara Cascudo, no entanto, diverge dos dois:
(...) é um dos injustiçados da história local, haloado pela fama de luxúria e
de violência improvadas e vivas na memória oral, e esquecido na documentação
impressa e manuscrita que deixou, abundante, atestando seu superior descortínio
administrativo, energia disciplinadora e visão realística dos problemas
provinciais (1984, p.171), adiantando, a propósito, que a sua Mensagem à
Assembleia Legislativa Provincial (set., 1837), publicada em alguns números de
"A República" em fevereiro de 1897, é original e afoita pelas
sugestões apresentadas, isto é, contém idéias avançadas para a época. Destarte,
enquanto Tavares de Lira diz que Ribeiro Lisboa foi assassinado na própria
choupana de suas entrevistas amorosas mas que o crime não teve cunho político –
ter-se-ia originado de ofensas pessoais ao Cel. Estevam Barbosa de Moura (op.
cit., p. 232), Câmara Cascudo é taxativo: Sua morte ficou sempre em mistério,
impune" (op. cit., p. 172). Sobre esta particularidade indica artigos seus
publicados na coluna Acta Diurna ("A República", nºs 13, 15 e 20 de
junho de 1940), sob o título de "A Conspiração de 1838", o seu livro
História da Cidade do Natal (pp. 239-242) e a matéria "O Assassínio do
Presidente Ribeiro", de José Moreira Brandão Castelo Branco, publicada na
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (n° XLVIII-XLIX,
p. 147). Manuel Lisboa, que publicou um ensaio sob o título de Memória sobre a
reforma que convém aplicar ao júri (Bahia, 1836), faleceu em Natal,
assassinado, em 11 de abril de 1838.
FONTE –
FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO